A estratégia na sua carreira não é ser um ‘homem de saias’

DEPOIS DE CONQUISTAR O SEU ESPAÇO E PROVAR QUE É COMPETENTE, VOCÊ SABE O QUE FAZER PARA TORNAR-SE COMPETITIVA NO SEU RAMO DE ATIVIDADE?

Você já percebeu que as mulheres estão se tornando gradualmente mais bem-sucedidas na carreira? As mulheres são representadas em ambientes empresariais e negócios em maior número hoje e ocupam uma maior porcentagem de empregos gerenciais e executivos do que no passado. As empresas de propriedade das mulheres dobraram nos últimos 12 anos. Mas algumas novidades não são tão boas assim.

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Ainda há dificuldades femininas que impedem o seu crescimento, por exemplo promover o network, aquela poderosa rede de contatos que faz a diferença numa promoção ou recolocação profissional. Enquanto os homens têm um dom quase natural para a prática, as mulheres costumam tachar esse tipo de relação de “interesseira”. “Elas são ótimas para fazer amigos no trabalho, mas não para construir uma rede de contatos profissionais”, concluiu Gail McGuire, pesquisadora da Universidade de Illinois (EUA), que conduziu um estudo com seis mil profissionais de uma empresa americana. Segundo ela, a mulher não cria uma rede poderosa porque está na base da pirâmide corporativa e não tem acesso a profissionais de níveis mais elevados que poderiam ajudá-la.

A consultora Mônica Vitória conhece bem o poder de uma agenda. Graças aos contatos que estabeleceu ela deixou para trás um emprego que lhe rendia R$ 1,6 mil mensais para abrir a sua própria empresa e faturar R$ 25 mil por mês. Tudo isso em apenas dois anos. “Fiz um cartão de visita e fui a uma feira em que os expositores tinham potencial para virar clientes”, diz. “Hoje, tenho uma agenda com 200 contatos.

ESPECIALISTAS RECONHECEM QUE AS DIFICULDADES E O PRECONCEITO SÃO UMA REALIDADE NO AMBIENTE PROFISSIONAL

Alguns, no entanto, acreditam que as mulheres perdem a guerra por não saber jogar. E não se trata de tornar-se um “homem de saias”, como se pregava no início da presença feminina no mercado de trabalho e que definitivamente não deu certo. Hoje os estudiosos de gênero concordam que as mulheres devem crescer apoiadas em suas qualidades essencialmente femininas. Ser emocional, por exemplo, não é necessariamente um problema. “Os líderes emocionais, que se abrem e ouvem os seus seguidores, costumam ter trajetórias de sucesso”, diz Vilella da Matta presidente da Sociedade Brasileira de Coaching. “Mas, na hora de uma reunião, a mulher que sofre pressão não pode chorar.” Na opinião de Vilella da Matta, falta à mulher aprender a competir. E o primeiro passo para isso é ter foco. “Ela deve saber qual é a sua prioridade”, diz.

O empresário Juan Quirós, dono do Grupo Advento, de engenharia, concorda. À frente de mais de dez mil funcionários, ele elege como principal dificuldade feminina a incapacidade de definir prioridades. “É possível ter filhos e uma carreira de sucesso, mas é preciso saber privilegiar o que é mais importante em cada fase”, diz Quirós. Por outro lado, continua, “as mulheres esbanjam qualidades, como comprometimento, lealdade, dedicação e suavidade no trato“. Tanto que está nos planos do empresário o aumento da presença feminina nas duas extremidades de sua empresa, a diretoria e os canteiros de obras.

Vale aqui ressaltar que não necessariamente a mulher é frágil ao ser emotiva. Infelizmente essa visão de Vilella é a mais comum sobre a figura que temos até aqui do feminino. Todavia, é importante levantarmos o questionamento sobre: afinal, sensibilidade não é fraqueza. Pelo contrário, é a melhor forma de exercitar empatia e então mudar os ambientes para um lugar mais cooperativo. Já sobre o ponto destacado de Quirós é importante ressaltar a necessidade de definir o que seria maternidade e paternidade. Entendo que a sociedade se formou em cima de uma figura que cuida da família e outra que provê. Todavia, a sociedade mudou e agora precisa reavaliar essa visão sobre essas questões de quem cuida e quem provê para então podermos falar de equilíbrio. Assim, podemos concluir que tanto para homem como para mulher deve haver o tempo certo para priorizar certas funções.

DEVEMOS FICAR ATENTAS

nós, mulheres, temos oportunidades e armas secretas para implantar nossas forças femininas e a capacidade de adaptar talentos normalmente considerados como domínio dos homens. Precisamos agora de estratégias para nivelar o campo de jogo em um mundo de trabalho que foi desigual para as mulheres por muito tempo.

AGORA, PRECISAMOS CONHECER, DOMINAR E VALORIZAR AS CARACTERÍSTICAS E FORÇAS FEMININAS