Diversidade não é moda. Mulher não é mercado. Saiba como identificar se é lealdade ou oportunismo: conheça o “diversity washing”

É importante sim levar em conta o debate hoje presente no mundo como a diversidade para todos os cenários, principalmente, a publicidade que sempre está a um passo de construir ou desconstruir o imaginário coletivo desenhando e moldando o comportamento social. Assim como é importante que essa conscientização faça parte da política empresarial em questão, caso contrário a marca fomenta somente o debate por oportunidade de se auto promover demonstrando falta de respeito com seus consumidores e transforma a diversidade em nicho de mercado, sem trabalhar em prol de mudanças significativas para a sociedade.

Hoje já sabemos que nossa geração busca um propósito maior onde vive, com o que trabalha e como gasta seu dinheiro. Aqui neste artigo, por exemplo, podemos conhecer um pouco da história da sócia de uma das maiores empresas do mundo no serviço de auditoria e consultoria, Grainne McNamara da Price Waterhouse Coopers (PwC). A empresária identificou no mundo da filantropia uma liderança emergente totalmente diferente do mundo empresarial e encontrou uma forma eficaz de conduzir a união dos dois mundos de forma a beneficiar ambos os lados (vale a pena conferir!) o que torna a PwC coerente com qualquer causa social a levantar.

A NOSSA GERAÇÃO NÃO GASTA, INVESTE

Procura dar significado a tudo que faz. Ela não se contenta a algo superficial e por isso dá atenção para as possíveis mudanças que pode colaborar. E foi observando esse comportamento que as empresas resolveram investir no “Marketing da Diversidade”, todavia poucas agem de forma congruente como a PwC. A maioria acabou despertando a atenção das pessoas para olhar os seus cargos de alto nível e quem os ocupa.

Assim, ao defender uma bandeira social – como a luta pela equidade de gênero – as pessoas tendem a procurar se aquela empresa, em seu organograma possui a distribuição de forma igualitária nas cadeiras mais altas na hierarquia empresarial seja nas diretorias, sociedades ou investidores. Tornando assim um risco para a empresa, uma vez que pode sofrer boicote de seus consumidores por não praticar aquilo que defende.

LIVRO “COMO SER UM LÍDER INCLUSIVO”

Liliane Rocha, autora do livro, é mestranda em Politicas Públicas pela FGV com MBA Executivo em Gestão da Sustentabilidade na FGV, Especialização em Gestão Responsável para Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral, MBA em Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, graduada em Relações Públicas na Cásper Líbero. Depois de 13 anos atuando com sustentabilidade e diversidade nas grandes empresas percebeu a falta de congruência entre o dito e o praticado e hoje, com a consultoria Gestão de Kairós, dedica-se a garantir que empresas não se aproveitem do tema da inclusão sem de fato praticarem a diversidade dentro de sua organização.

Em outro momento aqui também falamos sobre como a inclusão de mulheres e maior diversidade em cargos de liderança afeta de forma positiva os resultados financeiros da empresa, algo que serviu como base fundamental para a aprovação da lei que busca reduzir a disparidade de gênero em cargos de decisão (vale conferir!).

Em seu livro, Liliane cria o termo “diversitywashing” para levar o leitor a um pensamento consciente sobre o fato da “diversidade ser o tema do momento” e apresenta algumas maneiras para que o cliente avalie se a empresa de fato pratica o apoio a igualdade de gênero ou apenas quer o “money”, tornando o tema da inclusão uma moda ou nicho de mercado.

– O livro possui dicas valiosíssimas e vale muito conferir: na livraria Cultura tá R$35,00


A autora atenta para o perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas brasileiras, análise realizada pelo Instituto Ethos nos anos de 2007, 2010 e 2016 onde constata-se um aumento de diversidade muito tímido, principalmente entre os anos de 2010 a 2016, para ela não basta falar é preciso que o setor público e privado criem políticas de incentivo na mudança desse quadro, algo ainda pouco falado no país.

A ideia de Liliane tem mais sentido ainda quando colocamos lado a lado esses dados com os dados da agência Heads que analisa a equidade de gênero e raça na publicidade brasileira. Hoje, a presença de mulheres negras na publicidade aumentou 21% em relação a 2014. E de protagonistas brancas caiu em 30% no mesmo período. Os dados ficam ainda mais distantes quando vamos, no mesmo período, analisar o protagonismo do homem que, em 2014, negros apareciam 1% e hoje 13%.

Fonte: época Negócios

Está cada vez mais clara a real necessidade do consumidor em ver mudanças em vez de ouvir discurso. Aqui fora, nós buscamos congruência e significado, definitivamente, tentar se aproveitar está ficando cada vez mais arriscado, enfim o oportunismo perde o protagonismo para a real consciência de praticar a mudança para um mundo melhor.

“O INVESTIMENTO EM DESENVOLVIMENTO

é essencial para auxiliar os profissionais diversos a chegar aos cargos de gestão. E só quando existe diversidade na liderança que a coisas podem começar a realmente mudar.” Liliane Rocha.

E você, mulher, já parou para analisar onde está investindo seu tempo e dinheiro?

Qual marca está merecendo o teu respeito e tua marca pessoal? Pensa nisso. Afinal, o que te impede?