Pare de perguntar como eu gerencio tudo

“Sou uma mãe “millennials” e e uma empreendedora de sucesso. Pare de me perguntar como gerencio tudo.”

— DESABAFA TORI GERBIG, CEO DA PINK LILLY. 

A empresária de 30 anos, dona de uma das mais conceituadas e lucrativas boutique dos Estados Unidos, afirma que o desafio encontrado diariamente são as expectativas, alegrias, exigências e julgamentos que recaem sobre ela. Com muitos objetivos e o mesmo tempo que todas as outras pessoas, ela sente sim a sobrecarga de responsabilidades que decidiu ter na vida. Todavia o que a tem incomodado, e não apenas ela mas sim uma parcela significativa das mulheres é a curiosidade das pessoas não por suas áreas profissionais de atuação, suas ideias sobre a vida ou negócios, muito menos sobre a sua saúde e de sua família, mas sim sobre sua agenda, como a administra, e o espanto diante da realidade da maioria das mulheres hoje, como se estivéssemos diante de algum feito milagroso. Olha que por vezes até acreditamos nisso, né? 

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Então, por favor, pare de perguntar isso e comece a olhar a mulher atrás dessa agenda

Você sabia que ao perguntar sobre a agenda dela, vezes muitas isso colabora para que ela exija de si a perfeição em todas as atividades? Isso porque caso tenha falha em algum ponto os olhos curiosos vão culpá-la e cá entre nós, já deu de procurarmos culpados nessa vida, né? 

“Tenho 30 anos e co-fundei Pink Lily ao lado de meu marido, Chris, aos 26. Desde então, aumentamos o negócio para 50 milhões de dólares em receita e estabelecemos uma meta de receita em 100 milhões para o ano de 2020. De um ponto de vista, isso me faz protagonista de uma boa história de sucesso, embora muito precoce do típico perfil empreendedor, que gira em torno dos 40.”

— TORI GERBIG

DE OUTRA PERSPECTIVA, TORI TAMBÉM É UMA JOVEM LÍDER

Mas nossas percepções culturais sobre a idade relativas ao status e ao sucesso, por vezes pesam muito sobre mim. Expressões trêmulas, comentários cortantes, piadas inoportunas, conversas sussurradas – essas percepções e julgamentos não são fáceis de serem citados, mas sempre fáceis de perceber“, completa. “Mesmo sendo mãe de dois filhos pequenos, não tenho medo de dizer que amo o trabalho. Já fui julgada por dizer isso“.

O QUE FICA IMPLÍCITO É:

mulheres ambiciosas e apaixonadas por suas carreiras em tempo integral, quando são mães, não priorizam o bem-estar de sua família. Pode ser 2018, mas esse sentimento é um vestígio aparentemente inabalável de décadas passadas. Fica fácil perceber esse ângulo nas perguntas que fazemos às mulheres bem-sucedidas e voltadas para os negócios que também são mães. Quem aqui ainda não escutou um sonoro “mas como você gerencia tudo isso?” 

O problema não mora só em determinar como essas mulheres poderosas estão conseguindo conciliar suas responsabilidades de trabalho, casamento, casa e família simultaneamente. Mas sim, porque tais questões tangenciam o fato de não fazermos tais perguntas para o homem poderoso que consegue conciliar suas responsabilidades de trabalho, casamento, casa e família simultaneamente. 

JÁ IMAGINOU UM MUNDO SEM A GENTE JULGAR SILENCIOSAMENTE NOSSAS JOVENS MULHERES AMBICIOSAS E LÍDERES EMPRESARIAIS DE SUCESSO? 

Começar a perguntar o que elas amam sobre o trabalho? O que te deixa animada com o trabalho todos os dias? Quais de suas realizações profissionais mudaram mais a trajetória de sua carreira? Por que você faz o que faz? 

Talvez antes que possamos chegar ao ponto em que abraçamos nossas ambiciosas mães trabalhadoras, precisamos entender melhor seus pontos de vista. Precisamos olhar a mulher que existe atrás da tão aclamada agenda.

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